Com atuação em mais de 15 países, a Rometal tem ampliado sua presença no exterior com foco em qualidade e inovação. Desde a criação de uma cultura exportadora até as mudanças no modelo de distribuição, a Rometal precisou implementar uma série de ajustes para conquistar a confiança dos clientes estrangeiros.
Além das adaptações internas, como treinamentos e a inclusão de novos idiomas nos materiais técnicos, a Rometal também se ajustou às demandas locais, como as padronizações de medida. A abertura de um Centro de Distribuição na Flórida é um dos marcos dessa trajetória, garantindo maior proximidade com o consumidor americano e oferecendo um atendimento mais ágil e alinhado às preferências locais.
Para entender os bastidores desse crescimento e os desafios enfrentados, conversamos com Josiane Frigo, Analista de exportação da Rometal, que compartilhou os passos e planos futuros da empresa para conquistar novos territórios e ampliar o reconhecimento da marca além das fronteiras brasileiras.
Quais foram os principais desafios enfrentados durante o processo de expansão dos produtos Rometal para o exterior?
O primeiro desafio foi adaptar a própria empresa ao mercado internacional. Como não havia cultura exportadora, não existiam processos, fluxos, e instruções para este tipo de venda. Foi necessário explicar para as pessoas porque aquilo estava sendo feito e quais eram as adaptações necessárias para podermos iniciar a atuação no mercado externo.
Realizamos treinamentos com as áreas envolvidas, mostrando quais produtos venderíamos, quais clientes atenderíamos e onde eles estavam localizados. Também organizamos nos murais da empresa informações sobre exportação, expressões em inglês e espanhol, termos técnicos e curiosidades. Aos poucos, fortalecemos a cultura para que todos colaborassem no processo de exportação.
Além das mudanças internas, também foi necessário apresentar a Rometal aos clientes estrangeiros. Dentro do Brasil, a Rometal é muito conhecida, tem força de marca, é referência em qualidade e inovação, portanto não é necessário explicar quem somos. Já no exterior, ainda não éramos tão conhecidos, precisávamos vender, além do produto, também a marca. Quando se ingressa em um mercado onde já existem marcas consolidadas, é preciso mostrar aos clientes o que temos de diferente, nossa qualidade, nossa força de marca para que eles entendam que o produto Rometal pode atender às necessidades do usuário final tão bem ou melhor do que as marcas que eles já conhecem.
Para conseguir penetrar nesses novos mercados, foram feitas mudanças nas políticas comerciais e principalmente no modelo de venda. No Brasil, temos um modelo de multiclientes, no exterior trabalhamos com modelo de distribuição, que é diferente. Em cada país, temos um parceiro chave que faz a distribuição do nosso produto.
Foram necessárias algumas adaptações nos produtos para atender às demandas do mercado externo?
Sim, primeiramente pelo idioma. Começamos a exportar para a América do Sul e a primeira adequação necessária foi inserir o idioma espanhol nos manuais de montagem. A partir daí, foram feitas adaptações em materiais de marketing como catálogos, mostruários, folders, embalagens e vídeos. Com o passar do tempo, começamos a atender o mercado norte americano, o que nos trouxe mais um desafio em relação ao idioma, com a inclusão do inglês e o francês. Adaptamos também o sistema de medidas, pois usamos mm e kg, enquanto no mercado americano utilizam polegadas e libras.
Com relação à estrutura dos produtos, não houve muita mudança para atender a América Latina. Boa parte dos países usa os mesmos padrões do Brasil, por isso nosso produto foi bem aceito. Já na América do Norte, a situação é diferente. Além de utilizar diferentes tipos de materiais para construção dos móveis, as medidas padrão também são diferentes do Brasil, o que nos obrigada a adaptar os produtos para que possam atender a esse mercado.
Outro ponto importante a ser destacado é a embalagem final dos produtos, principalmente do alumínio, que já tem limitações de transporte dento do Brasil. Para envio ao exterior, reforçamos ainda mais as embalagens e redobramos o cuidado no manuseio, especialmente durante o carregamento.
Como e por quê foi instalado o novo Centro de Distribuição na Flórida?
Percebemos que nosso produto tem um potencial de venda muito bom no mercado americano, porém era necessário estar mais próximo dos clientes finais. A partir disso, buscamos qual seria a melhor localização para termos um estoque naquele país, e a Florida, por seu posicionamento estratégico dentro do país, se apresentou como sendo a melhor opção. Além disso, existe uma facilidade de se fazer negócios, devido à proximidade cultural dessa região com os brasileiros.
Entendemos que, tendo produtos em estoque nos EUA, facilitamos para marceneiros adquirirem quantidades menores sem ter que ficar importando direto do Brasil, visto que nem todos gostam ou tem conhecimento de como fazer uma importação. Também existe a questão de que o americano gosta de comprar os produtos dentro do seu próprio país. Mesmo que não fabriquem o produto localmente, eles valorizam a praticidade de tê-lo próximo e de fácil acesso.
Há previsão de mais Centros de Distribuição fora do Brasil?
No momento não. Estamos focados em consolidar a operação nos EUA. Por outro lado, existem muitas demandas de outros países que nos permitem pensar em algo desse estilo para o futuro.
Quais são os países com mais volume de pedidos?
Os membros originais do Mercosul são nossos principais parceiros comerciais: Paraguai, Uruguai e Argentina.
Existem planos de expandir para outros países?
Sim, queremos estar presentes em todo o continente americano. Já atuamos em boa parte dos mercados, porém ainda precisamos explorar mais a América Central e fortalecer a marca em alguns países. Além disso, a África representa um mercado em expansão e que não podemos ignorar, especialmente nos países onde o idioma não limita a atuação, como Angola e Moçambique. E, naturalmente, a Europa, por ser um mercado muito desenvolvido e de grande poder de compra, é sempre uma região foco quando se pensa em expansão da marca.
Quais são os próximos passos do setor de Exportação da Rometal?
Consolidar o mercado norte americano e a partir daí desenvolver mais México e América Central. Nos mercados onde já estamos presentes, queremos inserir novos produtos numa velocidade mais próxima ao que fazemos no Brasil, expandindo cada vez o mix de produtos da Rometal disponível fora do país.
Rometal: um futuro de novas conquistas e conexões globais
A expansão da Rometal é marcada pelo compromisso de entender e atender às particularidades de cada mercado, mantendo os padrões de qualidade e inovação, que são a essência da marca. Ao consolidar sua presença em outros países e explorar novos territórios, a Rometal demonstra que seu crescimento é parte de uma estratégia sólida e bem planejada. Assim, a empresa continua sua trajetória de sucesso, levando o melhor do setor para mais países e fortalecendo sua presença no cenário internacional.